A atual crise é um gigantesco sintoma dum combate que tem sido travado desde o século XIX entre as forças do trabalho e o capital e que atualmente se carateriza por um ataque do capitalismo financeiro e da ideologia neo-liberal no sentido do destruição das sociedades do pós-guerra que tinham concretizado avanços civilizacionais no sentido da proteção e dignificação do trabalho e dos trabalhadores. Este feroz ataque realiza-se neste momento, mercê dum contexto favorável e que resulta de fatores que se conjugaram na criação duma conjuntura ajustada às forças do capital: desmantelamento do Estado soviético, queda do muro de Berlim e reformas profundas na sociedade chinesa na direção do capitalismo de Estado iniciadas com Zhao Ziyang. Tudo isto foi causa e consequência do descrédito (não definitivo) da ideologia comunista, causa e consequência do desânimo das classes mais desfavorecidas, causa e consequência do enfraquecimento do movimento sindical. O que carateriza a situação que hoje vivemos tem de ser entendido não só à luz daqueles acontecimentos que afetaram, inicial e diretamente, mais de metade da população do globo, mas também à luz da atual revolução tecnológica centrada nas tecnologias da informação. Estas, globalizando o mundo, potenciam as suas repercussões para lá do que é habitual. Só que, como dizia o outro, a história não acaba aqui.
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