Há objectos culturais que ao fim de algum tempo e de tanto uso, perdem a sua acutilância crítica, tornam-se rombos (não rambos!). O desgaste erosivo do tempo molda-lhes a superfície que, de áspera e rugosa, se torna lisa e macia ao toque. Triste destino este, o dos objectos culturais, pensados pelo seu criador para agitarem a ordem burguesa e transformar o mundo. Tornam-se significantes vazios ou, como diria Adorno, são destruídos pelo seu uso social. Também acontece às pessoas e, quando é assim, oferecem-nos um triste e vergonhoso espectáculo.
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